2.3.09

Por que choras, pensador...?

- Eu me lembro no dia em que me beijou na boca, me tornei poeta e assim meus passos não foram mais dentro dessa solidão que voltou a assombrar os sonhos de um sonhador que um dia iludio ilusões, facinou facinações...Mas hoje, aqui nessa cadeira velha que me afunda e prende nesse quarto onde bate luz só num terço do dia, estou abandonado.
Até os meus pesadelos resolveram me deixar, talvez eles temem em um dia ficar como eu ou temem que eu se torne mais do que eles, e os encare como fizeram comigo outrora...Mas agora...cade os abraços que reduziam minhas múrmurias, ou os carinhos que consolavam minha exaustão, ou os beijos que me tornaram poeta...cade?
Não sei ao certo se todos se foram ou se foi eu que parti, não sei se o que vivo ou não vivo são só lembranças de um passado que possa ter existido ou se nem tive passado muito menos terei um futuro só sei que isso que sinto agora não é um "presente", pois, sinto o gosto salgado do meu próprio pranto nos lábios e nada posso fazer, porque nada fiz quando pude fazer.
Eu devo estar doente ou o mundo adoeceu, não sei...Como pode ver eu sou cheio de contradições, de duvidas, de inseguranças, claro nunca me senti seguro ainda mais agora nesse lugar onde estou tão fragilizado que mal consigo acreditar que um dia estive bem.
Nunca deixei que soubessem o que estou pensando a não ser agora nesses momentos restantes que tenho, talvez estou pagando por interferir no equilibrio das coisas, ou por não ter feito nada, é...Não sou um sábio, talvez quando eu morrer serei um.

- Mas por que choras, pensador ?

- Penso na dor.

Um comentário:

semnome disse...

Não sei ao certo se todos se foram ou se foi eu que parti.


Será que tudo é o que mostra ser? ou muito mais do que é? muito menos do que possa ser? Será que é? É ... uma questão longa dificil, viver pode ser um sonho, uma realidade ou os dois... é tanta coisa... que me confundo... me confundo dentro do que eu possa imaginar que seja...!