Vôo

A razão se disfarça de glória, mas é apenas sobrevivência. Testes de paciência. As linhas de raciocínio se dissipam como partículas de material genético num beco escuro de suas veias. Assim como nós, o planeta é mais um a absorver e liberar energia.
Odeio aviões, mas adoro chegar a aeroportos com a cara amassada de sono ainda com a fragância de um outro país, ou cidade. Quanto mais longo o vôo, mais escrevo. Quanto mais entendo o que escrevo, menos entendo a confusão ao meu redor. Odeio os processos, mas me divirto com os resultados, sejam eles positivos ou não. Viver um dia mais significa que ainda posso dar um jeito no que tem jeito, mas nada acontece como e quando queremos. As estórias que adoro começam pelo aeroporto. São apenas pontos de interrogação que terminam despidos de seus poderes, como o racismo que continua marchando. O terrorismo se disfarça de glória, mas se dissipa num beco escuro do país de várias raças e desgraças. Quanto mais entendo o que vôo, mas me divirto com os resultados.

Agora vôo e me liberto dos prédios que me sufocaram outrora
Limitando meu bater de asas.

Dentro de mim

Nunca falei do que há dentro de mim, talvez nem eu saiba, mas essa noite, essa noite quente, com essa lua gorda, me fez sentir-me um pouco mais vivo e um pouco mais claro, já que começamos por ai, esse meu problema com a abstração, problema ? Não diria um problema ja que tenho sempre como primeiro tema: A vida. Não existe algo mais abstrato do que ela afinal, e quando eu soube que alguem teria de ler essas coisas e teriam de pensar sobre isso, deixei de escrever para os outros, e passei a escrever para mim, talvez esse seja o motivo de toda essa abstração.
Existe um braco negro na minha cabeça, dois, sim dois buracos negros na minha cabeça que absorvem tudo que se aproxima, cada palavra, cada sussurro, cada grito...Eles absorvem tudo, e mantem aqui dentro, uma imensidão escura, vazia onde há um pequeno ponto de luz, apenas isso...Fosco, quase apagado.
Mas ainda sim, é luz...E ela se move rapido, e ilumina tudo que é absorvido, e os guiam tmabém, é ela guia tudo, para os seus lugares certos, e também leva para a saida tudo que deve sair, tudo mesmo não guarda nada por remorso ou medo, afinal, ela não sente nada ela só faz o seu trabalho.
Eu também não sou de sentir muita coisa, as vezes sinto calafrios, qunado escrevo...uma voz por cima do meu ombro, pede pra eu dizer coisas...E eu não conheço ele, só conheço a voz, é só a voz...Ela aparece, tem aparecido menos nos ultimos tempos mas nessas noites quentes, de luas gordas amareladas, ela sempre vem, autoritária!
Sinto também muitas vezes conforto qunado estou aqui, um alivio, um êxtase da pra sentir a temperatura meio quente da pequena luz passando pela minah cabeça, e guiando as coisas para os seus lugares isso alivia, mesmos em preparo algum, me sinto bem assim.
Parece que a voz foi embora agora, está descansando talvz não sei, ou está a espera de uma nova lua assim, grande gorda...Eu a aguardarei, e trarei o que ela quer...Enquando me organizo aqui dentro, sem meias palavras.

Vendedor de sonhos.

"Comercializo meus sonhos, teus sonhos
E sonhos alegres, sonhos tristonhos
Mundo onírico, em nuvens azuis e brancas
Toma formas, matérias ainda sim sem normas
Estanca, pensamentos como sangue
Tudo materializa-se,
Não cobro ouro, nem terras, nem riquezas
Dos sonhos, cobro apenas esperança
Esperança é matéria-prima pra minha fábrica
A cabeça é minha máquina
E ela não para, nunca de construir sonhos
Alguns desmoronam, no processo
Mas não o deixo morrer, pego seus restos
E recomeço...
Vejo só nuvens pela janela
Em muitos sonhos vejo ela
Como é bela, ela como é bela
Sempre peço pra que ela apareça
Meu sonho é que ela apareça todo dia
Os sonhos vão se desenvolvendo
Vendo sonhos reais,
Eu ponho eles nas poesias que componho
E caminho suavemente
Nas sombras do vendo
Mas você pisou nos meus sonhos..."

De mim, pra mim.

-O de dentro tem alguém ai?
-Opa!
-Desculpe o desejo amarrado a tanto sorriso, vim farpando nas valas literárias com afinco de sóis transcenderem ilhas noturnas.
-De onde tu és?
-flamejante de sonhos, ex-detento do mundo do não-ser, titubeei acadêmicas escolas. Moram na ponta de meus dedos estrelas pontiaguda, venho com o afinco trazer beijos em versos, suores para corações soturnos.

-Mas quem és tu?
-relampejavam alegrias na noite, o céu escuro não dava trégua, trovejavam serenos sussurros... Sou poema-tambor a batuca no peito resistência, sou um presente no que tenho no intimo.

- O prazer é todo seu, e meu.

O mundo vai acabar.

Enquanto a camada de ozônio é detonada pelo Aerosol

Esse dom me leva ao velho-oeste duelo sob o sol

Em caso de morte, me conserve em formol

Para no futuro reunir meu fisico com o espiritual

Entre o anular e o indicador

Meu dedo médio manda um fuck you

O atestado de óbito do óbvio não identificado

Quando voam no espaço tipo ufos ou Óvnis

O discurso despressurisará a cabine

E as mascaras cairam automaticamente

Futuro passado e presente

I'm a man from the past, living in present, walking in a future

Em qualquer tempo a disposição me prendo

Dedicada aos que deixam o sangue no asfalto e cimento...

"Meu lado do bem também é malvado,

Misturado, vira-latas, estou em casa no universo

Você saca mais rápido eu saco tudo só com o cérebro

Sagacidade acima da necessidade safo no silêncio do morro,

Não peço socorro, não morrono esporro da cidade

A maldade dos outros não é nada e sim imaturidade"

Do universo o verso mais perverso,

Goofy, regular ou não ao inverso

Switch stance,

Beeitch ou sun of a bitch nigga, everybody dance...

Logo mais a Babilônia cai

Ai não vai adiantar chamar pelo pai...

Niterói, São Gonçalo, Porto, Floripa, Curitiba,

São Paulo, Recife, Aracajú, Natal,Brasília,

Rio de Janeiro, da Lapa à Ilha...

O que agente quer é paz...

Esse é o nosso negócio...

O mundo é tão pequeno.

O mundo é tão pequeno
Para as vontades que eu venho tendo
Nem eu entendo
Todo dia eu me surpreendo
Parece que eu nem to mas o fato é que to te vendo
E tudo que tiver no campo de visão vivendo
To tentando enxergar seus olhos aqui do outro extremo
Mas me defendo...
Com minha alma dura
Amadurecendo me recomendo
Mas não me rendo
As vezes me arrependo
Engraçado é que sempre que o sol nasce eu reacendo
E quem ta por fóra é que não soube se comportar dentro
Mas o mundo é tão pequeno
Quero ver esse planeta renascendo
Sinta-se mais, pois hoje eu sou seu prêmio
Flores florecendo...
Nos jardins da sua vida meu amor sereno
Eu me emociono e não me contenho
Me desconcentro, com seu silêncio
Maior argumento
Que muda o BPM do meu batimento
Eu pego nas suas mãos e nunca me arrependo.