29.10.08

Vôo


A razão se disfarça de glória, mas é apenas sobrevivência. Testes de paciência. As linhas de raciocínio se dissipam como partículas de material genético num beco escuro de suas veias. Assim como nós, o planeta é mais um a absorver e liberar energia.
Odeio aviões, mas adoro chegar a aeroportos com a cara amassada de sono ainda com a fragância de um outro país, ou cidade. Quanto mais longo o vôo, mais escrevo. Quanto mais entendo o que escrevo, menos entendo a confusão ao meu redor. Odeio os processos, mas me divirto com os resultados, sejam eles positivos ou não. Viver um dia mais significa que ainda posso dar um jeito no que tem jeito, mas nada acontece como e quando queremos. As estórias que adoro começam pelo aeroporto. São apenas pontos de interrogação que terminam despidos de seus poderes, como o racismo que continua marchando. O terrorismo se disfarça de glória, mas se dissipa num beco escuro do país de várias raças e desgraças. Quanto mais entendo o que vôo, mas me divirto com os resultados.

Agora vôo e me liberto dos prédios que me sufocaram outrora
Limitando meu bater de asas.

3 comentários:

semnome disse...

Aprendi a voar por que fiquei sem chão.... enquanto muitos esperam o sol... eu vou no escuro, apenas para esquecer que minhas asas são pura ilusão, minha ilusão é um pouco do que resta para mim, um sentindo de vida...''

semnome disse...

''Enquanto na sua vida você dá alguns passos eu to voando mesmo e eu não to nem ai, se assas eu não tenho e por que o chão eu perdi, e fica nessa rima mesmo desse momento de agora, só me solta euforias escondidas, soltas, soltas euforias escondidas que deixei por aqui.''

Caroline. disse...

já sentiu todos os cheiros, todas as raças, todas as bocas, todos os amores... Por poder voar, sentiu o gosto da liberdade, mas não sabe se libertar de si, vivendo das histórias dos outros.

xi, brisei