Sou periferia em cada célula do corpo.

O preto favelado aterrorizou
Chocou, apavorou...Escandalizou
O verso sanguinário conseguiu abalar
Vem paga um pau, midia vem me entrevistar !
Vou enfiar no seu rabo meu estereótipo de ladrão
O careta de calça larga que é rap sangue bom !
Não vai te dar noticia com o sangue da vaca rica
Filma o maloqueiro pedindo paz pra periferia
Surgiu uma pá de herói querendo meu sangue minha caveira
Flash na minha aba, cedo ou na estrela
Cuzão não entendeu, rap não é campeonato
Pra vender cd, não precisa ver meu fracasso
Faço o meu papel...Honro meu compromisso
Semeio o ódio contra quem me fez intimidar o executivo
Aqui é só outro mano de boné sem estudo
Sem curriculo curso, talvez sem futuro
Não entendeu o do Yat, faço eu sou da favela
faço parte dela, sou fruto da cela

"Não me deram faculdade, pra eu me formar doutor
Então a rua me transformou
No demonio rimador."

Enquanto meu corpo, não virar carniça
Estarei no rádio, no video, com rimas ofencivas
Atraca verbal, é um dois tracionais
Não adianta vir chorar, pensamento eu vou descarregar
Oficial de justiça, não pode aprender meu cérebro
Dentro ou fora da favela, locutor do inferno

Sou periferia em cada celula do corpo
Por isso uma pá de porco
tá me querendo morto...