13.1.09

Veste-se de laranja, belo horizonte.

Eu gosto das manhãs, gosto de lamber com os olhos a aurora em seu prenúncio. Quando a mãe noite se vai e o pai dia vem, é ele quem traz o astro rei em teu colo, quando solto no céu o Morro Da Angustia é o primeiro a receber sua visita,
o raio com esmalte de ouro, mais parece meus olhos em noite de carnaval, a estrela brilhosa bate fervescente na retina, e minha pele parda ganha um brilho intenso, visto somente nos reis de fábulas africanas.
Eu gosto do sol, gosto de olhá-lo profundamente, até doer nas vistas, sinto o horizonte nos traços de seus raios, enquanto meus cabelos estão livres grandes e crespos, essa estrela brilhosa és minha companheira, quando ela vem arrebentando no dia, castigando os fracos, covardes e mentirosos, sobrevôo em chão de asfalto, ando sobre a terra com os pés firmes e o coração chamuscado pelos raios solares
Gosto do sol, de como ele me invade pelas manhãs, mas hoje surpreendi falei que chegaria à hora, expulsei por uns tempos o inverno e as tardes de outono que me adentram. Meu corpo encheu de carinho, de inspiração, de encanto, de paz, de perdão, de amor, de poesia... Estava alimentado e forte, arranquei o ódio que tenho dos meus semelhantes numa enxadada de ternura só.

Deito-me sobre seu abraço quente.

2 comentários:

semnome disse...

seu abraço quente me consola, quando piso no chão e sinto o frio. Mas agora eu sei que toda parede tem o seu quadro... e dentro do quadro eu busco o preenchimento daquilo que eu considero vazio, primo sempre primo!

Lucas Afonso disse...

muita luz também cega, mas vale ver o sol. abraço